top of page
Assessoria de Comunicação

Criança e celular: como fazer um uso saudável das telas em casa

Atualizado: 7 de mai. de 2021



É cada vez maior o número de crianças que têm acesso a celulares no Brasil e, com isso, também cresce o número de pesquisas sobre os benefícios e malefícios desse comportamento.


É muito comum que as famílias dessas crianças tenham curiosidade e preocupação com relação ao impacto das tecnologias digitais na vida e no desenvolvimento delas e queiram saber como fazer uso das telas de forma saudável.


No Brasil, 79% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos são usuários de internet, de acordo com pesquisa realizada pelo CETIC de 2015 a 2017. O estudo também informou que 85% dessas crianças utilizam o telefone celular para acessar a rede.


Há algum tempo já que a medicina e a psicologia alertam para os riscos sobre o uso excessivo de dispositivos eletrônicos por crianças, ao mesmo tempo em que estudam também seus benefícios.


Claro que existem desenhos, jogos, vídeos e filmes que são mais apropriados para cada idade, mas é importante enfatizar que os conteúdos digitais, por mais adequados que sejam e favoreçam aprendizados, não substituem a interação humana.


As relações intra e interpessoais, que apenas a interação humana fora das telas proporciona, não podem ficar em segundo plano. Até mesmo Bill Gates e Steve Jobs, importantes nomes na criação de produtos e serviços tecnológicos, disseram em entrevistas que limitavam fortemente o uso de computadores para os seus filhos.


Na busca das famílias por ferramentas sobre o uso de telas pelas crianças é extremamente necessário refletir, primeiramente, como a família vem mediando essa ação. Como você, família, vem oferecendo celulares, televisão e computadores aos seus pequenos? Qual a frequência e os seus cuidados com essa oferta?


Diante disso, trazemos aqui 10 orientações baseadas principalmente em documentos da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre como a família pode mediar o uso do celular e das telas para as crianças:


Vale ressaltar que, com as orientações abaixo, não temos o objetivo de fomentar a proibição total do uso do celular e dos aparelhos digitais por crianças, mesmo porque, muitos dos prejuízos causados por dispositivos eletrônicos no desenvolvimento dos pequenos são decorrentes do uso excessivo deles.


Por isso, família, queremos orientá-la a uma oferta gradual e consciente do uso de tecnologias digitais pelas crianças e proporcionar uma maior reflexão sobre o seu papel nesse contexto.


Confira as nossas 10 dicas sobre o uso das telas por crianças:


1. Tente evitar a exposição passiva para crianças com menos de 2 ano

Mas o que é exposição passiva?


É quando o adulto coloca um celular na frente da criança para que ela fique atenta ao conteúdo e consiga comer ou pegar no sono, por exemplo. E, contraditoriamente, essas são exatamente as ocasiões nas quais elas mais deveriam ser evitadas durante a refeição e 1-2 horas antes de dormir.


Fique atento para que isso não ocorra com frequência, pois há estudos que mostram a semelhança no funcionamento neurológico da dependência química com a dependência de telas!


2. Aprendizado que estão perdendo

Enquanto está olhando para o celular, a criança perde a oportunidade de aprender questões essenciais, como a discriminação atenta dos sabores, do paladar, de como é uma refeição feita em família, do que pode ou não conversar nesse momento etc.


Para avaliar se o uso de telas nas refeições ou antes de dormir estão muito constantes na sua casa, vale a reflexão não só da quantidade de horas, mas sim do que você entende que os seus pequenos estão perdendo com isso.


3. Limitação das horas

Tente limitar o tempo de exposição ao celular para no máximo de 1h por dia para crianças de 2 a 5 anos de idade.


Durante a quarentena, é comum e, muitas vezes, necessário que as crianças utilizem tecnologias digitais para fazer tarefas ou mesmo exercícios físicos. Portanto, avalie a qualidade do conteúdo que a criança assiste e faça com que ela intercale o celular e as telas com uma rotina de atividades ao ar livre.


4. Tabela

Uma tabela com figuras e desenhos pode auxiliar na elaboração dessa rotina para que a criança também tenha um entendimento mais fácil. Na tabela, é essencial colocar horários para telas digitais, refeições, atividades físicas, tarefas da escola, brincadeiras livres, momentos de ócio etc.


Se for preciso, altere essa tabela a cada semana junto com a criança. Ela pode desenhar as refeições e ajudar a elaborar brincadeiras, por exemplo.


5. Celular e computador no quarto

Tente evitar que crianças entre 0 a 10 anos usem televisão, computadores ou celulares em seus próprios quartos, principalmente sem a mediação da família ou de adultos. O uso, principalmente frequente, desses aparelhos dentro do ambiente utilizado para dormir pode prejudicar as horas de sono necessárias para as crianças, o que acarreta em outros prejuízos (na atenção e no apetite, por exemplo).


6. Jogos digitais

Se as crianças da sua família já pedem ou usam jogos digitais, fique atento! Segundo o Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria: “crianças menores de 6 anos precisam ser mais protegidas da violência virtual, pois não conseguem separar a fantasia da realidade.”


De acordo com o Manual, esses jogos não são apropriados para qualquer idade, pois utilizam da violência como forma de resolver conflitos, contribuem para o aumento da cultura do ódio e intolerância.


7. Exercícios e interação ao ar livre

Incentive a prática de exercícios físicos, brincadeiras ao ar livre ou em contato com a natureza, se possível. Criar jogos dentro de casa, utilizando fitas adesivas no chão, jogos de tabuleiro e blocos de montar podem ser alternativas ricas para a criança não utilizar apenas jogos digitais e ainda interagir com a família.


8. Família atenta

A família tem um papel essencial na fiscalização dos jogos ou outras atividades que as crianças fazem no mundo digital, principalmente em atividades de interação on-line.


Fique sempre de olho nos conteúdos e converse sobre o que eles fazem nesse universo: peça, frequentemente, e em conversa franca, para que eles mostrem os jogos ou as conversas que tiveram on-line; oriente a não compartilhar fotos, senhas e informações como nome, idade, endereço e nome dos familiares; fale para não se exporem por webcam e explique os riscos dessas atitudes.


A dica maior aqui é: Converse! Informe sobre os riscos do uso da internet, tanto com jogos quanto com redes sociais. Oriente sobre o que a criança pode ou não fazer e os motivos para isso.


9. Cyberbullying

Atitudes violentas são comuns no universo digital – é o famoso cyberbullying – e crianças e adolescentes são vítimas constantes. Por isso, aprenda e ensine as crianças a bloquearem mensagens e vídeos ofensivos e inapropriados (com conteúdos sexuais e violentos, por exemplo) e peça para que elas informem os responsáveis da família se forem insultadas ou ofendidas.


10. Sendo exemplo

Por fim, famílias, lembrem-se que os adultos responsáveis pelas crianças são exemplos fortes para elas. Dê atenção ao seu próprio uso de telas, principalmente quando está com as crianças.


Assim como o incentivo à leitura e aos estudos dos filhos é impulsionado com a prática de leitura e estudos dos pais, por exemplo, o incentivo ao uso frequente ou não de telas digitais também é. Então, dê o exemplo!


Se a sua família está buscando informações sobre o uso do celular e telas por crianças, isso é um ótimo sinal, pois significa que vocês querem aprimorar suas relações e estão preocupados, cuidando uns dos outros.


Mas, não se esqueça: a busca pela atenção ao seu próprio uso de aparelhos eletrônicos é essencial para que as crianças tenham modelos saudáveis também.


Portanto, continue buscando informações sobre esse tema e lembre-se que: o universo da interação humana, principalmente das crianças e adolescentes com a família, também é enorme, complexo e precisa sempre de aprimoramento.


Reinventar-se no cuidado com os pequenos é sempre algo bem-vindo para a educação deles.


6 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page