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Assessoria de Comunicação

Chegou a hora: vamos falar sobre empreendedorismo materno?

Essa onda chegou para ficar, ter um negócio próprio pode ser a saída em um momento em que tantas portas acabam se fechando


Mulheres, mães e com um fator em comum: foram expelidas do mercado de trabalho logo após a chegada dos filhos. Entre as (muitas) mudanças que chegam com a maternidade, uma das maiores é a relação com o trabalho. Na maioria dos casos, falta acolhimento, sensibilidade e respeito com as mães que retornam ao trabalho com um novo bebê e uma nova vida. Os números não mentem: segundo a FGV, 48% das mães ficam desempregadas no primeiro ano após o parto.


A gente sabe que não é nada fácil, mas você não está sozinha. E foi pensando nisso tudo que criamos, em parceria com a Brascol, maior atacadista de produtos para bebês e crianças no Brasil, o projeto Nascer de Novo. Sim, é possível dar a volta por cima. Apesar das dificuldades, a vida está cheia de oportunidades e estamos aqui para te dar aquela força que estava faltando.


Nasce uma mãe, nasce uma empreendedora.

“Depois que se torna mãe, a mulher costuma não se sentir mais acolhida no ambiente de trabalho. Os chefes e colegas não sabem lidar com esse novo momento da mulher, que fica ainda mais insegura e com uma sensação de não pertencimento”, explica Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, mãe de Daniela e Evelyn.


Em muitas situações, as mães também não conseguem retornar à sua ocupação porque não têm com quem deixar os filhos pequenos ou por sentirem culpa ao precisar passar mais de 8 horas afastadas do bebê. Mas o que poderia fazer parte apenas das estatísticas acabou se tornando o combustível para que elas pudessem nascer de novo.


Todas enxergaram o empreendedorismo como uma verdadeira saída para serem donas não só do próprio negócio, mas da própria vida. E o melhor: 75% dos novos negócios liderados por mulheres são criados a partir de experiências da maternidade, segundo dados do Sebrae.


Vocação por natureza

Nordestina, com oito irmãos e de origem pobre, Ana Fontes é um dos maiores exemplos da força da mulher. Incentivada pelos pais, ela estudou em uma escola pública, se dedicou e concluiu o curso de Publicidade e Propaganda em uma faculdade particular. Pagava as mensalidades vendendo bolos e tortas. “Eu trabalhava na casa dos meus vizinhos. Limpava, olhava os filhos, fazia de tudo. E não tenho vergonha disso, faz parte da minha história”, lembra.


Depois de graduada, ela construiu sua carreira em uma multinacional onde trabalhou por 18 anos, período em que foi a única mulher da empresa a chegar ao cargo de vice-presidente. Enfrentou desafios como concorrer a uma vaga interna, ter todos os requisitos e ouvir, na última etapa, que não poderia assumir o cargo por ser mulher. Ela pediu demissão e ficou em casa, cuidando da filha mais velha, Daniela, na época com 5 anos.


Ana até tentou voltar para uma empresa, mas logo recebeu a aprovação da adoção da filha caçula e, novamente, recebeu a desaprovação por ser mulher. “Parece que quando a gente vira mãe, o mercado nos enxerga com menos capacidade, mas na realidade é o contrário”.


Dando a volta por cima

Hoje, a empreendedora ajuda mulheres de todo país a trilharem o caminho da independência financeira e o empoderamento feminino. “Nós temos uma visão muito mais humana, colaborativa e cuidadosa para o empreendedorismo. Após a maternidade, nos preocupamos ainda mais com quem está à nossa volta”, defende.


Ao se tornar mãe, uma mulher também tem uma busca maior por um propósito. Com certeza, você já se perguntou o que queria para a sua vida, seu futuro e o do seu filho. E o empreendedorismo revela-se um dos melhores caminhos para construir algo que tenha a sua essência e que vai ajudar diversas pessoas ao seu redor, como uma verdadeira rede.


“Mulheres empreendem e geram mais impacto social. Elas querem de fato um mundo melhor, não apenas um salário. Investir em mulheres é investir na sociedade”. Segundo Ana, o segredo é querer transformar a sociedade e não se limitar apenas no pensamento do dinheiro e do lucro. “A gente só muda as coisas quando temos o olhar de transformação e a maternidade mudou meu mundo. Depois das minhas filhas, eu tenho outra visão”, conta.


Empoderamento verdadeiro

Muito além de ser dona do próprio negócio e lucrar com ele, essa é uma ferramenta que dá poder, escolhas, espaço e visibilidade. “Empreender é o caminho para muitas mulheres continuarem ativas e preservarem a autonomia após a maternidade”, defende Carol Sandler, mãe de Beatriz, jornalista e fundadora do Finanças Femininas. Quando ela ganha independência financeira, começa a bancar suas próprias escolhas e ganha poder de decisão.


“Com o próprio dinheiro, ela não vai precisar ficar em uma relação abusiva com um homem por dependência econômica, por exemplo”, ressalta Ana. Mas o instrumento para que você se empodere financeiramente pode se transformar no maior obstáculo. Isso porque 80% das mulheres não fazem planejamento financeiro ao começarem a empreender.


E o motivo é simples: por reflexo de uma cultura em que o homem sempre foi considerado o provedor, as mulheres não foram ensinadas a lidar com dinheiro. “Mas isso já está mudando. Hoje, quase não existem mais famílias que se mantêm com a renda de uma só pessoa. Prova disso é que 38% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres”, explica Carol.


Outra dificuldade é enfrentar o medo do fracasso. “Esse sentimento é natural. Você só não pode deixar ele te paralisar. Então vai e, se der medo, vai com medo mesmo. Esse caminho não é fácil e você precisa se fortalecer”, aconselha Ana.


Uma por todas, todas por uma

“Esse é um grande desafio, pois na maioria das vezes trabalhamos em horários não convencionais e isso pode ser bem desgastante. Por isso, precisamos de uma rede de apoio para evitar a sobrecarga”, relata Maribel Albreschtt, empreendedora e mãe de Francisco, Catarina e Antônio. Assim como na maternidade, ter ajuda é fundamental.


“Ninguém consegue fazer as coisas sozinho. Se você não tiver uma rede familiar ou de amigas, a chance de você largar tudo é muito grande. Isso é muito importante porque nós, como mães, temos mania de achar que estamos sozinhas. A jornada é longa, mas vale muito a pena”, finaliza Ana.


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