Especialistas ajudam pais a manter os filhos entretidos nesse período de isolamento social por causa do coronavírus.
O alerta para conseguimos reverter o cenário de pandemia do coronavírus (Covid-19) é: fiquemos em casa! Isso significa que a maioria das escolas paralisaram as aulas em decorrência da doença e muitas empresas liberaram office para evitar aglomerações. Com pais e filhos juntos em casa, é preciso muito jogo de cintura para contornar a situação, inclusive para que as crianças não percam o ritmo que vinham ganhando com a escola.
Uma das saídas para isso é organizar uma rotina com atividades pensadas para que o ato de ficar em casa impacte o menos possível na vida do pequeno.
“Para a criança de até seis anos, a rotina traz mais segurança. E, nesse momento, a segurança que a criança precisa não é só física, de não sair para não ter contágio, mas também emocional”, explica Bruna Freitas, psicóloga e gerente de pessoas na Escola da Inteligência.
A especialista também esclarece que a expressão “rotina” pode trazer a ideia de algo muito rígido, mas não deve ser assim, já que o isolamento social já é difícil por si só. O objetivo é que a organização do dia a dia do pequeno o ajude a entender que o período não é de férias e algumas regras precisam ser seguidas.
Só que estabelecer tais limites na prática não é tão fácil quanto na teoria. Por isso, separamos sete dicas de como fazer com que a adaptação das crianças seja mais simples tanto para elas quanto para os pais.
Confira:
1. Inspire-se na rotina que já existia
No mundo perfeito, o ideal seria que horários como o de acordar, almoçar, tomar banho e de dormir fossem mantidos. Mas com todo mundo em casa, fica mais difícil colocar isso prática. Por isso, a psicóloga explica que a melhor saída nessa situação é os pais adaptarem o que for preciso para o mais próximo que os filhos estão acostumados.
Por exemplo, se a criança estuda pela manhã e está habituada a acordar cedo, os pais podem escolher deixá-la dormir só meia hora a mais para tomarem café da manhã juntos sem ninguém sofrer com o sono.
Há também a opção de deixar o pequeno dormir até mais tarde para que os pais consigam adiantar seus trabalhos pessoais. Nessa escolha, a dica é acordar o filho em um horário que seja próximo a de outra refeição que ele está familiarizado, como o lanche da manhã da escola.
A mesma ideia de apostar no que a criança já está acostumada é trazida pela pedagoga Bruna Duarte sobre como inserir as atividades educativas nessa nova rotina dos baixinhos.
“Os pais podem pensar no cronograma que a escola já tem. Por exemplo, na segunda-feira, as crianças fazem artes e trabalham com atividades relacionadas a línguas. Portanto, em casa, os pais fazem uma atividade pintura, de massinha. Já na atividade de línguas, eles leem um livro com a criança ou procuraram um caça-palavras”.
2. Envolva as crianças nas decisões
Além de seguir o que a criança está acostumada, vale também perguntar a ela o que gostaria de fazer naquele dia. As especialistas explicam que essa atitude incentiva a autonomia dos pequenos. Entretanto, é importante que haja atenção dos pais para sempre trazer os filhos para a realidade.
Por exemplo, se você perguntar para uma criança o que ela quer fazer hoje, a resposta pode ser ir à praia. Nessa situação, Bruna Freitas lembra que combinados podem ser um bom jeito de contornar a situação sem frustrar os pequenos.
Isso significa que os pais devem dizer para a criança que é o pedido dela é interessante, mas que não é possível realizá-lo neste momento. Mas eles podem usar a imaginação para recriar o cenário de uma praia na sala de casa. Providencie toalhas, finja que o tapete é o mar e distribua picolés. Pode ser uma brincadeira bem divertida pros menores!
Bruna Duarte também enfatiza que a pergunta do que o pequeno gostaria de fazer também vale para as atividades educacionais, desde que haja uma margem de escolha para ele. Caso contrário, a criança só escolherá brincadeiras.
3. A organização com as crianças é diária
Diferente dos adultos que conseguem planejar a semana inteira antes dela acontecer, com as crianças o ritmo é diferente. A psicóloga explica que elas não têm a mesma noção de tempo dos adultos. Isso significa que os pais precisam conversar com os filhos diariamente para lembrá-los do que acontecerá amanhã.
Essa organização é importante para contornar a ansiedade dos dois grupos, além de trazer a sensação de que o dever está sendo cumprido a partir do momento que as tarefas começarem a serem sinalizadas como feitas.
Já a pedagoga dá ideias de como montar o cronograma físico para que o pequeno possa visualizar as atividades do dia. “Na maioria das vezes, crianças com até seis anos de idade não sabem ler. Por isso, não adianta fazer um cronograma por escrito. Pais e filhos podem criar juntos alguns símbolos. Por exemplo, no dia que forem brincar de massinha, fazer um desenho que a represente. No dia que forem ler um livro, fazer um desenho dele”.
A psicóloga complementa a ideia sugerindo que pais usem as famosas cartolinas para montar o cronograma e folheiem revistas junto com os pequenos para que eles possam apontar imagens de atividades que gostariam de fazer.
4. Faça intervalo entre as atividades
Assim como a noção de tempo e espaço é diferente para as crianças, a capacidade delas se manterem concentradas também. Bruna Freitas explica que dificilmente elas ficaram entretidas em uma mesma atividade por mais uma hora e meia, no máximo duas.
Por isso, a ideia é intercalar pequenas movimentações ao longo de uma mesma tarefa. Pode ser comer um lanchinho, beber água ou ir no banheiro. Em tempos de coronavírus, a última situação é uma ótima oportunidade para retornar com a criança a importância de lavar as mãos para se prevenir da doença.
Ainda vale cantar uma música – como “Parabéns pra você!” – para deixar o momento mais divertido e dar o tempo certinho que é preciso para ensaboar as mãos.
5. Organize um dia diferente para distrair a família
Ainda que seja importante manter a criança dentro do que ela está acostumada, estar em casa por tantos dias também pode ser cansativo para ela.
“Aind a que se mantenha um planejamento na casa, é algo muito diferente para a criança. E quando ela sai da sua rotina habitual, ela tende a sofrer um pouco mais – como estranhar a situação e não se adequar tão bem a essa nova agenda”, explica Bruna Freitas.
Uma forma eficaz de contornar os ânimos ansiosos da família é escolher um dia da semana, principalmente no meio dela, para fazer algo divertido. Pode ser uma sessão de cinema no sofá de casa, uma guerra de bexiga d’água no quintal ou um show em família, com todo mundo fantasiado. É hora de colocar a imaginação para funcionar!
6. Atenção com o uso das telas
Ainda que o momento seja delicado, é preciso que os pais continuem atentos ao uso de telas, como celulares, computadores e tablets. Bruna Duarte afirma que os adultos não podem abrir mão de conferir o que as crianças estão assistindo e quanto tempo estão gastando em frente aos monitores.
Já Bruna Freitas lembra que uma forma saudável de utilizá-los é como auxílio nos momentos de criatividade. Por exemplo, se crianças querem construir um brinquedo, os pais podem assistir com elas um vídeo de inspiração, ou um programa na Netflix ou no YouTube. O mesmo vale sobre algum assunto que estava sendo abordado nas aulas da escola.
7. Relembre a criança sobre a escola
Com o controle da pandemia, a tendência é que as atividades da população voltem ao normal e isso inclui as crianças retornarem à escola. Para que o processo de readaptação seja mais leve, é importante lembrá-las constantemente sobre a instituição.
A psicóloga e a pedagoga aconselham os pais a explicarem que estão fazendo determinadas atividades por causa da escola, ressaltando que é um lugar legal, e que lá eles poderão rever os amiguinhos.
Fonte: Bebê.com.br
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